No sentido de construir uma cultura de paz, cidadania e boa convivência nas escolas, a gestão construtiva de conflitos constitui um construto e uma prática que fornece estratégias e procedimentos para a ampla pluralidade de conflitos que surgem na escola da atualidade. De fato, a escola é um ambiente propício para confrontos. Ela é um espaço macro e micro da sociedade. Abriga pessoas com diversas origens e perspectivas, o que a torna um local iminente para os conflitos. Cabe, então, compreender sua dinâmica de modo que um diagnóstico mais preciso resulte em uma boa intervenção, respeitando todos os valores das partes envolvidas no conflito. Isso não significa que o domínio da gestão de conflitos o eliminará. Até porque os conflitos fazem parte das relações humanas e ocorrem de forma permanente e cíclica. Importa resolvê-los com o menor custo possível para todos, ou seja, é importante que se aprenda a intervir neles. Dentre os métodos de gestão e resolução de conflitos, a negociação é muitas vezes tentada pelas partes envolvidas, o que justifica a escolha desta pesquisa em aprofundá-la. Desse modo, o presente trabalho é parte de uma pesquisa que teve como objetivos analisar a relação entre a inteligência emocional e a eficácia negocial em conflitos de equipes multiprofissionais na educação. A amostra foi composta por 120 profissionais dos 37 campi do IFSP, que desempenham suas atividades dentro de equipes e setores multiprofissionais. A investigação utilizou os seguintes instrumentos de recolha de dados: um breve questionário sociodemográfico, o Questionário de Eficácia Negocial de Conflitos na Escola (QENCE) e o Questionário de Competência Emocional (QCE). A análise de dados foi efetuada através do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Os resultados mostraram que há uma relação estatisticamente significativa entre a Gestão de Conflitos, mais precisamente a Eficácia Negocial de Conflitos na Escola, e a Competência Emocional.