Os jovens e adolescentes são os primeiros a adotar as tecnologias digitais em seu cotidiano, deparando-se precocemente com os desafios e perigos inerentes ao ambiente digital. Neste contexto, a formação de cidadãos digitais conscientes e responsáveis torna-se um imperativo educacional e a BNCC reconhece isto. No entanto, embora a cidadania digital seja essencial na era digital, ela tem ocupado um lugar marginal no currículo escolar, desenvolvendo-se a partir de abordagens convencionais, que não garantem a sua eficácia na preparação desta geração para o ciberespaço. Dessarte, este estudo objetiva investigar a insuficiência das abordagens convencionais de educação para a cidadania digital, que utilizam princípios deontológicos, focados em normas e deveres, e princípios utilitaristas, centrados nas consequências das ações, na preparação de jovens para os desafios éticos do ambiente digital. Utilizando uma metodologia qualitativa baseada em revisão bibliográfica sistemática, foram analisadas teses, dissertações e artigos científicos sobre educação e cidadania digital. Os resultados indicam que as abordagens deontológicas e as utilitaristas são insuficientes para preparar os jovens para os desafios éticos do ciberespaço. Conceitos como “névoa moral” e “opacidade tecnossocial aguda” ilustram as dificuldades em discernir ações eticamente corretas a partir destas abordagens. Conclui-se, portanto, que é necessário desenvolver novas estratégias educativas que compreendam e se adaptem à complexidade do ciberespaço, promovendo a formação de cidadãos digitais conscientes e responsáveis.