Este artigo tem como objetivo analisar os desafios e potencialidades de um curso de extensão destinado a formar professoras (es) da educação básica, da educação infantil e do ensino fundamental, com foco em construir propostas para uma educação antirracista e multicultural, à luz da legislação educacional vigente e das questões étnico-raciais que permeiam o sistema educacional brasileiro. O racismo secular brasileiro demanda uma resposta ativa e consciente das instituições educacionais e a escola não deve se furtar do seu papel de agente transformador, emergindo como um espaço privilegiado para a desconstrução de preconceitos e promoção da educação antirracista. A partir de uma revisão bibliográfica e do estudo de caso realizado no curso de extensão em uma universidade pública do Rio de Janeiro, buscamos compreender os dispositivos legais que orientam a educação étnico-racial no Brasil e os hiatos formativos que dificultam os docentes a construir suas competências para atuar de forma antirracista e multicultural. Com base nas contribuições de autores como Freire (2005), Gomes (2003), Nóvoa (2019) e Ivenicki (2018), articulamos uma abordagem crítica e reflexiva das práticas formativas favorecidas pela formação continuada docente étnico racial, dos desafios da sua aplicabilidade e seus impactos no cotidiano escolar. Diante do racismo de raízes profundas que remontam à escravidão e marginalizam a população negra, entendemos que somente uma educação que valorize a diversidade e combata o racismo em todas as suas formas é capaz de romper com o ciclo de exclusão e discriminação que ainda persiste no Brasil.