O objetivo desta pesquisa é fazer uma análise discursiva dos livros didáticos da coleção Buriti adotado na escola indígena tapeba, identificando o lugar de fala da mulher indígena na constituição da educação das crianças indígenas. Trata-se de uma análise discursiva de dois livros didáticos do 1º ano, da coleção Mais História e da Mais Interdisciplinar: ciências, história e geografia. Como metodologia, foi escolhida a pesquisa bibliográfica, analisando os autores Almeida (2009), Grubits et al (2005), Foucault (2013), Marcuschi et al (2020), Martinazzo et al (2014), Sartori (2011), Smolka (2008), Tassinari (2007), Vasconcelos (2020), Vasconcelos (2022), Luciano-Baniwa (2012). O protagonismo das mulheres indígenas provavelmente não seja um problema nas etnias indígenas, mas nos demais contextos da sociedade brasileira, pois elas precisam constantemente se firmarem como emancipadas e empoderadas. Bem como as demais mulheres (brancas e negras), as mulheres indígenas precisam demarcar espaço no tocante às questões de gênero. Seu protagonismo na luta por espaço social e emancipação contra a dominação masculina imposta pela cultura eurocêntrica se inicia como critério para a temática da educação e da infância diferenciadas. Consideramos que esta pesquisa trouxe uma temática relevante porque a presença das mulheres indígenas na produção de saberes das tradições ameríndias reflete seu lugar de fala em todos os espaços das aldeias na promoção dos modos de vida dos povos indígenas. Os livros analisados pouco contribuem na percepção do lugar de fala e do protagonismo das mulheres indígenas na formação das crianças indígenas.