Este trabalho tem como propósito trazer elementos para a reflexão sobre o eixo ensino associado a uma pesquisa mais ampla que visa descrever, analisar e refletir sobre as atividades dos eixos de ensino, pesquisa e extensão vivenciadas no estágio supervisionado num curso de Licenciatura em Matemática. Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujos dados advém de relatórios de estagiários, observados à luz da análise de conteúdo. A reflexão procura se aprofundar em dois aspectos: a Formação científica de professores e a Formação profissional de professores. Para analisar estas formações, tomamos como referências teóricas trabalhos que argumentam que tornar-se um profissional significa possuir o domínio de conhecimentos específicos e ter controle sobre eles. Tais referenciais asseguram ainda que o domínio do conhecimento docente comporta experiências e conhecimentos especializados que são tomados como fundamentos para as tomadas de decisões do professor; e essa instância nos conduz à formação inicial docente. Um outro argumento sobre o qual desenvolvemos nossas análises é o de que o controle do conhecimento é o que constitui a essência da atividade profissional, um valor que não deve estar sujeito nem à lógica do mercado nem aos interesses do Estado e que diz respeito ao controle que os profissionais têm do seu próprio trabalho. Tais argumentos levam ao questionamento: Qual é o conhecimento específico de um professor? E, em particular: Qual é o conhecimento específico do Professor de Matemática? Hoje dispomos de diferentes teorizações que oferecem respostas a tais questionamentos, enfatizando, sobretudo, a especificidade do Conhecimento Pedagógico da Matemática. Em conjunto, as teorizações e os dados têm apontado que, ao desenvolverem, no estágio obrigatório, a tríade ensino-pesquisa-extensão, os estagiários se apropriam de instrumentos capazes de contribuir na construção de um repertório de saberes úteis para o exercício da docência em matemática na Educação Básica.