A Lei 10.639/2003 obriga as instituições brasileiras de ensino a trabalharem a história dos negros no Brasil nos currículos do Ensino Fundamental e Médio, bem como desconstruir alguns estereótipos negativos sobre o continente africano, e abre portas para uma nova perspectiva sobre as relações étnico-raciais e culturais na Educação Infantil, por meio da Resolução Nº 5, de 17 de dezembro de 2009, a qual fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, publicada pelo Ministério da Educação no ano de 2010. Este trabalho trata-se de um relato de experiência sobre uma vivência de estágio em uma instituição de Educação Infantil, no município de Castanhal, estado do Pará, com foco na forma como a instituição trabalha o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra no Brasil. Para a coleta de dados foi utilizada como metodologia a técnica da observação participante, e os dados foram analisados de forma qualitativa e com base na revisão de literatura de autores como Chimamanda Adichie, Kariny Simão e Ana Albrecht, entre outros, além do exame da legislação e documentos que regem a etapa da Educação Infantil, bem como a revisão do Projeto Político Pedagógico da instituição, com ênfase no que tange ao tema em questão. Como resultado, as atividades desenvolvidas oportunizaram, para os alunos, um contato maior com a cultura africana e a história dos negros no Brasil - algo que deve ser trabalhado desde a mais tenra infância, com o intuito de promover uma sociedade mais igualitária e o respeito pela diversidade. A experiência também me proporcionou, enquanto discente do curso de Licenciatura em Pedagogia, um olhar mais crítico sobre a abordagem da história e cultura afro-brasileira na instituição e análise de quais práticas poderiam ser abordadas de forma diferente na minha futura atividade profissional.