Esta pesquisa em andamento visa um estudo reflexivo e provocativo tendo como interesse central a composição de paisagens visuais a partir de narrativas que emanam da relação sujeito-cidade, se colocando no lugar de experimentações que promovem experiências criativas, relacionais, do indivíduo com o seu meio (cultural, social, etc.) tendo como referência a ideia de jogo de Winicott (1978). Objetivamos o entendimento da narrativa como percurso onde os “caminhantes” (CERTEAU, 2008), percorrem a cidade, reinventam e ocupam lugares reconfigurando o espaço urbano, deste modo gerando narrativas corpográficas (JACQUES; BRITTO, 2008) com experiências errantes de corpos ordinários e cotidianos. Busca-se um olhar educativo, trazendo novas proposições para se viver e ser a cidade. Atravessado por estes percursos, trazemos a cartografia (DELEUZE; GUATARRI, 1995) como caminho para se produzir subjetividades e invenções em um exercício ativo de operação sobre o mundo, dispondo de pistas e dispositivos geradores de agenciamentos, entendendo-a quanto uma pesquisa-intervenção, em uma abordagem de multiplicidades e diversidades nas realidades educacionais. A possibilidade de múltiplos olhares sobre a paisagem urbana se dá pelo entendimento dos deslocamentos que geram “desmanchamento” de certos mundos para a formação de outros (ROLNIK, 2007). Nos interessa pensar que as paisagens urbanas, se dão no acontecimento de percorrer as cidades (GROS, 2010), assim com esta pesquisa busca-se apontar pistas para o desenvolvimento de ações que discutam a relação dos comportamentos de pertencimento e reconhecimento dos sujeitos-cidade, se entendendo dentro de uma arquitetura social, política, econômica e cultural, entrecruzando histórias e memórias coletivas, revertendo narrativas verbais em narrativas visuais (principalmente audiovisuais) resultantes de uma investigação poética e discursiva, permeando as fronteiras da pesquisa, do ensino e da produção em Arte.