Este trabalho tem como objetivo promover reflexões sobre os direcionamentos da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) ofertada nos Institutos Federais em diálogo com o Novo Ensino Médio (NEM), apontando os seus rebatimentos para as juventudes. No que se refere ao percurso metodológico, a pesquisa é exploratória e descritiva, guiada pelo método materialista histórico-dialético, de abordagem eminentemente qualitativa, recorrendo ao estudo bibliográfico e documental. O NEM, instituído em 2017, com Temer, consolidando-se na gestão de Bolsonaro, que, no cenário do capitalismo contemporâneo, em um estado de contorno ultraneoliberal, vai assumir um direcionamento específico, com rebatimentos diretos para a formação humana das juventudes. O compromisso assumido pela EPT com uma formação crítica e emancipatória tem dado lugar a preocupação em formar indivíduos que atendam aos interesses do mercado e que possa suprir a mão de obra flexível e barata. O itinerário percorrido pelo Governo Federal representado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi planejado para propor e efetivar mudanças que possuem objetivos distintos e contrários à garantia de uma educação como direito e emancipatória. O debate, durante todo o governo, que dizia ser por melhorias na educação através da implementação do NEM, não se pautou em pontos cruciais e necessários, como por exemplo: o incentivo à pesquisa; investimento em melhorias na educação pública, gratuita e de qualidade; construção de novas instituições de ensino; preocupação com a evasão de alunos e condições de trabalho de professores. Além disso, a proposta traz em seu escopo direcionamentos que promovem impactos no campo subjetivo e objetivo da existência humana dos/as jovens, reforçando a lógica da responsabilização individual via empreendedorismo, da vivência da precarização do trabalho, ilusória autonomia dos/as jovens no que se refere à escolha dos itinerários formativos, como também no fetiche da qualificação profissional como meio mais rápido e eficaz para inserção no mercado de trabalho.