O presente estudo analisa como a gestão escolar vem lidando com as situações de conflitos e violências, através das práticas restaurativas para resolução de conflitos. Para tal questionou-se quais são as possibilidades e os limites da justiça restaurativa na organização/gestão escolar. Tomou-se como fundamento o debate conceitual a respeito dos seguintes temas: conflitos e violências na escola, compreendendo o conflito enquanto negociação e reconhecimento dos valores do grupo social e violência como movimento instrumental, contrário à política, isto é, ao diálogo; A gestão escolar apresenta-se enquanto aporte para a construção da pesquisa. Realizou-se uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, em que foram coletados os dados por meio de observação do cotidiano e entrevistas semi-estruturadas aplicadas aos atores escolares. Utilizou-se a análise de conteúdo como base para obter os resultados, dos quais destacamos que a escola, por iniciativa da gestão, tem realizado ações afirmativas, através das práticas restaurativas, para lidar de forma alternativa com os conflitos. Observou-se como impasses para a efetivação das práticas restaurativas a acelerada dinâmica da escola, que limita o desenvolvimento de ações planejadas, pouca difusão na formação docente, resistência por parcela dos sujeitos, a cultura da escola em lidar de forma punitiva e a sobrecarga de trabalho da gestão. Dentre os avanços, os sujeitos relacionam a justiça restaurativa como fruto de uma postura democrática da gestão, o que reverbera na reconfiguração das relações interpessoais, bem como na criação de alternativas estruturais implantadas na escola. Concluiu-se que a gestão escolar tem importante papel na opção por tratar dos conflitos e violências via ações micropolíticas.