O presente trabalho consiste em um relato de experiência de como se sucederam duas aulas de Educação Física aplicadas no Colégio Sistema, localizado na cidade de Parnamirim, Rio Grande do Norte. As aulas foram ministradas para uma turma de 20 alunos do 2º ano do ensino fundamental I em junho de 2012 no turno vespertino e consistiam em uma das atividades referentes à disciplina “Educação Física no ensino fundamental”, cursada na universidade. O conteúdo abordado nas mesmas foram os jogos nas suas dimensões popular, competitiva e cooperativa. Essa escolha foi produto das preocupações em refutar o conteúdo hegemônico do esporte e pelo fato das aulas serem ministradas para crianças pequenas. Outro fator que tentamos incluir ao construir os dois planos de aula foi a questão da sistematização, ou seja, organizamos o conteúdo de uma forma lógica a fim de aprimorar e facilitar o processo ensino-aprendizagem. Adotamos assim, em cada aula, um tipo de jogo, mas sempre fazendo o paralelo com os que já foram vivenciados. Isso ficou evidente principalmente no segundo dia de intervenção, ao realizarmos as aulas sobre jogos competitivos e cooperativos. Concomitantemente a vivência dos mesmos, as crianças iam sendo indagadas sobre suas diferenças, construindo esse conhecimento com o auxílio das professoras. Nesse sentido, o intuito primordial do grupo colocado nos planos como objetivo geral das duas aulas consistia em conhecer e distinguir as modalidades dos jogos (populares, competitivos e cooperativos), na medida em que iriam vivenciando as práticas. Dessa forma, os alunos foram sendo acessados a uma dimensão da cultura corporal de movimento extremamente importante no mundo infantil: os jogos. No primeiro dia de intervenção foi realizada a aula sobre jogos populares numa quadra secundária da escola, pois a principal estava ocupada. Na roda inicial, ao serem perguntados sobre que jogos mais gostavam, os alunos responderam em sua grande maioria os esportes (futebol, vôlei, basquete e handebol), embora fizessem parte de uma turma do segundo ano. Isso demonstra o evidente e preocupante processo de esportivização da educação física escolar que delimita a cultura corporal de movimento ao esporte. No segundo dia de intervenção foram realizados os jogos na perspectiva de competição e posteriormente na lógica da cooperação para que os alunos concretizassem a distinção entre eles. Essa aula foi materializada na sala de aula porque a quadra se encontrava molhada. Por fim, indagamos as crianças sobre as diferenças entre as modalidades de jogos e as respostas foram positivas. Essa experiência foi extremamente significativa para a formação docente na medida em que proporcionou nosso contato com as interfaces da educação física no ensino fundamental bem como a união da teoria com as estratégias e práticas pedagógicas.