Cientes nas dificuldades em associar os conhecimentos vistos na graduação com a prática na educação básica, nossa proposta é analisar os objetos constitutivos do trabalho docente (AMIGUES, 2004), de uma estagiária, durante sua atuação em sala de aula. Tomando por base os estudos que permeiam a Linguística Aplicada, sobretudo os das vozes do sul, como bem atesta Moita Lopes (2006), basear-nos-emos no construto teórico do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999; BRONCKART; MACHADO, 2004; e MACHADO; BRONCKART, 2009), sobretudo nas incorporações das Ciências do Trabalho (Machado et. al., 2009; AMIGUES, 2004; e CLOT, 1999; 2010, e nos primeiros anos de ensino (HUBERMAN, 1995; e TARDIF, [2002]2014). Analisaremos um relato reflexivo (ROJO, 2006), escrito por uma professora em formação, sobre sua atuação nas aulas de Língua Portuguesa, em uma turma de Ensino Médio, cujo procedimento norteador do planejamento das aulas foi o da sequência didática (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004), centrado, especificamente em práticas que envolvam leitura e escrita de um determinado gênero. Dentre os resultados, destacamos, por um lado, a determinação da estagiária em manter o planejamento previamente elaborado, na academia, por outro, o trabalho docente ultrapassa a prescrição de tarefas.