Os cuidados paliativos adquirem cada vez mais importância no contexto da saúde face a este cenário de aumento de doenças crônicas, incapacitantes e oncológicas, predominantes na sociedade atual, consequência direta do aumento da expectativa de vida e envelhecimento populacional. A prestação desses cuidados visa oferecer a máxima qualidade de vida possível de acordo com as preferências e necessidades do indivíduo com a doença avançada
Tal proposta terapêutica ou assistencial encontra-se dentro de um contexto atualizado pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2017) como uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias diante dos problemas associados com doenças que ameaçam a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meio da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento da dor e outros problemas, de ordem física, psicossocial e espiritual.
Nunes (2012) afirma que a atuação do psicólogo, na condição de membro da equipe multidisciplinar, é de suma importância não apenas na comunicação, mas também para a compreensão de que o paciente sofre de forma global e com sintomas totais.
Diante desse contexto,e o advindo da demanda ocasionada pelo aumento da população idosa em cuidados paliativos, este trabalho tem como objetivo contribuir para uma reflexão teórica sobre a atuação do profissional de psicologia especialista em gerontologia, inserido neste panorama. Buscamos identificar e compreender, a partir de uma perspectiva psicossocial, as possibilidades do cuidar, assim como impactos psicológicos envolvidos no processo de adoecimento fora da possibilidade de cura para paciente, família e equipe multidisciplinar.