Introdução: A gravidez na adolescência tem sido objeto de interesse e preocupação por parte das autoridades e profissionais da área da saúde, pois a gestação e o parto em mulheres muito jovens podem trazer consequências físicas e psicossociais. A Atenção Básica (AB) têm contribuído para diminuir o índice de mortalidade materno-infantil, através da assistência pré-natal, que na maioria dos casos é realizada pelo profissional de enfermagem. Objetivo: Analisar a assistência de enfermagem as adolescentes grávidas no contexto da estratégia saúde da família. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, descritiva com abordagem qualitativa. Foram entrevistadas 36 adolescentes gestantes através de uma entrevista semi-estruturada, abrangendo as opiniões relevantes a qualidade da assistência da enfermagem durante a gestação. Resultados: As participantes apresentavam entre 13 e 17 anos, 22 não têm um companheiro e reside com a família. Das 36 participantes apenas 14faziam o uso de anticoncepcional ou outras medidas de prevenção como o preservativo, o que contribui para o aumento do número de gravidez não planejada, bem como o risco para contrair doenças sexualmente transmissíveis. Questionadas sobre a assistência ao pré-natal, 100% das entrevistadas disseram ser assistidas pelo enfermeiro durante o período gestacional. No entanto, apesar de considerarem a assistência ofertada de qualidade, muitas mostraram-se insatisfeitas, pois, durante as consultas, o profissional de enfermagem acaba se restringindo a preencher fichas e seguir protocolos, faltando um espaço para o diálogo. Por se tratar de uma fase de transição, muitas adolescentes gestantes não têm conhecimento sobre como agir diante dessa nova fase da vida, e reclamam, que não são orientadas como deviam, relatando a falta de um espaço onde elas possam trocar experiências e aprendizado. Também é de fundamental importância oferecer e contar com o apoio dos familiares e sempre que possível trazer o companheiro para as consultas de pré-natal, o que segundo as entrevistadas, facilitaria a aceitação e convivência familiar. Conclusão: Constatou-se que o trabalho do enfermeiro na assistência ao pré-natal é de boa qualidade, porém ainda deixam lacunas, especialmente em relação ao diálogo, haja vista, que esse é o momento delas tirarem suas dúvidas e trocar experiências. Entretanto, cabe ao serviço ofertar palestras, investir nas rodas de conversa e integrar os familiares nas consultas. O enfermeiro da estratégia de saúde da família tem um papel importante, conhecer o perfil da sua comunidade e investir na assistência de qualidade na busca de reduzir os números de gravidez na adolescência e de doenças sexualmente transmissíveis.