INTRODUÇÃO: A Calosidade Profissional (CP) é definida como a indiferença com o sofrimento de pacientes, adquirida por profissionais da saúde depois de anos de trabalho, demonstrando-se insensibilidade dos mesmos frente ao sujeito adoecido. Compreende-se de forma consensual a partir da literatura pertinente, que por vezes tal CP é oriunda de diversos fatores que fazem com que profissionais apreendam o sujeito adoecido apenas como um corpo fragmentado, não vislumbrando tal sujeito para além de sua doença, isto é, em sua integralidade psíquica e biológica. OBJETIVO: Apresentar uma revisão da literatura acerca de estudos que tratam da CP vivenciada por profissionais da saúde frente aos sujeitos em adoecimento. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória, realizada a partir de uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados que indexam periódicos, a saber: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PEPSIC) e IndexPsi. Utilizou-se como descritores “calosidade profissional AND profissionais da saúde” e “distanciamento crítico AND calosidade profissional”. Foram considerados como critérios de refinamento: artigos publicados em português e inglês, exclusão de textos coincidentes, que não disponibilizassem o conteúdo completo ou não fizessem referência direta ao tema. Foram encontrados 11 artigos, não obstante, apenas 5 atenderam aos critérios de inclusão. O tratamento dos dados foi realizado por meio da análise qualitativa dos artigos selecionados, confrontando-os de modo a extrair as convergências, divergências e novas perspectivas acerca do tema abordado. RESULTADOS: De acordo com o material discursivo analisado, demonstra-se que a existência da CP é fruto da exclusão de emoções, muitas vezes transformadas por meio da racionalização, em técnicas científicas, que aparentemente são necessárias ao bom desempenho do trabalho. Enxerga-se o paciente, em muitas situações, somente como um órgão doente, sintoma ou patologia e as terapêuticas oferecidas acabam por não apreender histórias e dores específicas dos sujeitos. Compreende-se que a precisão do profissional de se afastar do adoecimento do paciente, para melhor entendê-lo e assisti-lo, deve ser constituída de um cuidado individualizado e especifico, ressaltando a subjetividade intrínseca de cada ser. Tal precisão profissional deve buscar o equilíbrio e o melhor desempenho, no trabalho, não o alheamento das dificuldades do paciente. Vale-se destacar que estudos apontam que profissionais com essa CP negam suas características genuinamente humanas de fraternidade e postura clínica, não considerando a dor e fragilidade de pacientes. CONCLUSÃO: Apresenta-se dessa forma, que o oficio cotidiano dos profissionais em saúde é bombardeado de riscos e desgastes, onde a indiferença com a dor alheia é notória, sobrecarregada de um atendimento mecânico e desprovido de afeto. Fazendo-se preciso, então, que os profissionais da saúde sejam mais humanos diante da dor de pacientes, fortalecendo vínculos, ao invés de fragilizá-los, com a evolução tecnológica de práticas laborais e cientificas.