Introdução: A multifatorialidade do câncer de pulmão refere que o desenvolvimento de seu processo saúde, doença e cuidado estabelece uma interface entre fatores hereditários, genéticos e ambientais. Muitas vezes o diagnóstico é tardio, quando a doença já se encontra em fases avançadas, o que dificulta o tratamento, levando a maus prognósticos. Decidiu-se pesquisar sobre este tema para descobrir qual fator possui maior influência no aparecimento desta neoplasia, uma vez que se descobrindo este, poder-se-á intervir de forma eficaz para a diminuição das altas taxas de prevalência desta patologia. Objetivo: Analisar, a partir da literatura nacional, quais os fatores intervenientes no surgimento do câncer de pulmão. Metodologia: O presente estudo se constitui de uma revisão integrativa. Para orientar a realização desta, foi inicialmente formulada a seguinte questão: quais os fatores intervenientes no surgimento do câncer de pulmão? Para a seleção dos artigos foi utilizada a base de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), tendo como critério de inclusão o idioma ser o português, a disponibilidade de acesso ao texto completo e o ano de publicação, sendo estes de 2008 a 2013. Por meio do uso das palavras chaves “câncer do pulmão” e “epidemiologia”, sendo que após a utilização de critérios de inclusão e exclusão, bem como leitura exaustiva, foram escolhidos doze artigos para análise. Resultados: Na avaliação dos artigos identificaram-se três temas relacionados à causa da neoplasia pulmonar. O primeiro tema abordado é a “Hereditariedade”, que aparece em 25% dos artigos como um componente determinante, pois confere aos sujeitos uma maior predisposição genética ao desenvolvimento da neoplasia. O segundo tema marcante foi a “Genética”, presente em 42% da literatura pesquisada, sendo um fator para a carcinogênese pulmonar, que acontece como consequência de alterações no DNA de uma única célula. Estas alterações são passadas para suas descendentes, dando origem a um conjunto de células que se proliferam de maneira desordenada e abrupta. Em 25% dos artigos são citados genes envolvidos na proliferação, crescimento celular, apoptose, angiogênese e metástase, como os genes: p53, c-erbB-1, c-erbB-2, MMP-9 e VEGF. Por último, foram analisados os “Fatores Ambientais”, 91,6% dos artigos enfatizaram o tabagismo como fator de risco para o desenvolvimento da neoplasia de pulmão, incluindo fumantes ativos e passivos. Além disso, 16,6% dos artigos apontaram outros categóricos, tais como agentes químicos, exposições ambientais, poluição do ar e hábitos comportamentais. Conclusão: Observou-se nos artigos pesquisados que existem semelhanças na abordagem do assunto, todavia, a maioria deles enfatizou os fatores ambientais, especialmente o tabagismo, como o principal fator interveniente da neoplasia pulmonar, expondo que é imprescindível a intensificação de políticas públicas voltadas para a diminuição do tabagismo na comunidade. Constatou-se que são necessárias mais pesquisas sobre os outros fatores que contribuem para esta carcinogênese, como a hereditariedade e a genética, uma vez que é preciso conhecer todos os aspectos causais da carcinogênese pulmonar, para que desta forma, o diagnóstico precoce desta patologia seja facilitado, prevenindo complicações sérias que podem levar à morte do indivíduo.