O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) faz parte da Política Nacional de Urgências e Emergências desde o ano de 2003, prestando socorro à população em diversos casos de emergência. O serviço funciona 24 horas por dia e conta com equipes de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas. O trabalho, ora em apreciação, trata-se de um estudo descritivo acerca de um relato de experiência que advém da própria vivência de discentes em formação e pessoal dos autores envolvidos na questão. Utilizou-se da observação espontânea e todos os dados foram transcritos para o diário de campo, no qual foram colocadas as percepções, inquietações, questionamentos e informações obtidas durante as observações. Diversos casos de urgência e emergência puderam ser presenciados, a exemplo de acidentes por armas de fogo e arma branca, surtos psiquiátricos, crises convulsivas, acidente vascular encefálico, hemorragia digestiva, traumas em acidentes de trânsito e outros. Os profissionais que ali trabalham, enfrentam as mais diversas situações de urgência e emergência e representam um grupo de risco, pois estão sujeitos a situações de maior exaustão emocional. As condições do ambiente estressante e atribulado, influenciam significativamente a saúde e desempenho dos profissionais. Atentando o olhar para o processo de trabalho dos profissionais durante seu regime de plantão, onde se deparavam com as mais diversas e inusitadas situações de tensões e pressões durante os atendimentos, o bem estar psicológico e cansaço físico contribuíam decisivamente para um melhor performance do plantonistas durante a prestação de socorro. Em determinadas ocorrências, presencia-se a quebra de protocolos básicos, na maioria dos casos devido à exaustão física e psicológica da equipe, onde os profissionais aparentemente cansados e estressados não realizavam todos os procedimentos de forma correta. Promovendo erros durante a imobilização, não verificação de alguns sinais vitais, realização de procedimentos invasivos sem os devidos cuidados necessários, falta de humanização com a vítima, não utilização de alguns matérias de proteção e falta de interação com o restante da equipe, ou seja, condutas que podem originar grandes prejuízos para a vítima e para os próprios profissionais. Portanto, durante a execução das atividades de prestação de socorro nas ocorrências, é imprescindível que os indivíduos que compõem a equipe, estejam mentalmente e fisicamente saudáveis, já que foi possível constatar que estas, estão diretamente ligadas com a eficiência e realização adequada dos procedimentos. A fim de minimizar os efeitos negativos desse tipo de jornada, nota-se a necessidade da adoção de algumas medidas de melhoria para os trabalhadores desse tipo de serviço, visto que os profissionais saudáveis tendem a ser mais eficazes.