Na adolescência surgem diversas peculiaridades como o desempenho de novos papéis sociais, a mudança na relação de dependência da família para o grupo de pares, é nessa fase que se formam as principais características da personalidade de cada indivíduo, sendo importante trabalhar nos jovens a consciência política, o respeito pela família, o desejo de inclusão dos marginalizados, bem como aceitar as diferenças aprendendo a conviver com elas. Dessa forma, compreendendo o adolescente como o adulto do amanhã, almejando instigá-los à participação política, a usar sua juventude em prol da coletividade, da luta por seus direitos, do respeito ao próximo, percebeu-se a necessidade de realizar uma atividade educativa que abordasse temas relacionados à cidadania, em uma escola de Ensino Municipal da cidade de Mossoró-RN, como prática da disciplina de Enfermagem no Processo Saúde-Doença da Criança e do Adolescente, da graduação da Faculdade de Enfermagem (FAEN) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Este relato de experiência objetiva descrever um momento de debates e diálogo ocorrido com adolescentes, com o objetivo de levar os jovens a refletir sobre situações cotidianas, sobre o contexto social em que se inserem, instigando-os pensar de maneira crítica através de uma metodologia problematizadora. A ação foi realizada contando com a presença de 40 adolescentes, entre a faixa etária de 13 à 17 anos. Utilizou-se exposição de vídeos, com discussões incitadas subsequentemente e ordenadamente, sob a finalidade de suscitar novas reflexões. O assunto abordado nas situações problema girou em torno do tema Respeito, abordando os subtemas: a importância da família, a inclusão social, o respeito ao idoso, o bullying e o patriotismo, com destaque ao Movimento Social Estudantil Pau de Arara, realizado no Município de Mossoró-RN. Fez-se preciso refletir sobre esses temas, uma vez que estes valores estão sendo ignorados pela conformação atual da sociedade, na qual práticas de violência e exclusão como o bullying, se fazem cada vez mais presentes no âmbito escolar e social. Além disto, os jovens da escola vivem em uma realidade socioeconômica de renda média e baixa, estando mais propensos a envolver-se com drogas, violência, e outros tipos de desordem social, necessitando, portanto, de reflexão e conscientização sobre o seu papel enquanto adolescente cidadão. Desenvolver essa intervenção em saúde com os adolescentes pode ofertar uma troca e construção de saberes. A prática educativa além dos muros da universidade apresentou-se como importante difusora do conhecimento vivenciado dentro da academia, sendo possível aprimorarmos nossa visão pessoal e profissional em relação aos reais percalços presentes em uma dada comunidade, bairro e sociedade, não ficando restritos a atividades reducionistas e ao mero repasse de conhecimentos teóricos e metódicos. Contribuindo de forma positiva na formação enquanto profissional de saúde de maneira a instigar a elaboração de novas estratégias e ações educativas para que sejam geradas sementes de mudança na realidade da escola, sendo o primeiro passo de novos rumos a conscientização e democratização da educação, almejando assim, uma educação capaz de transformar as situações e conflitos decorrentes da não valorização e prática da cidadania.