É sabido que a Educação Popular em Saúde (EPS) vem ganhando grande destaque nas discussões no meio acadêmico, entre os profissionais de saúde e os serviços. Esta pode contribuir na Atenção Básica (AB) buscando-se uma efetivação dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), como também o fortalecimento do vínculo entre o serviço e a população. Assim, o trabalho da EPS junto ao grupo de gestante se faz necessário para a construção de um atendimento qualificado de pré-natal, onde as mulheres possam estar tirando suas dúvidas e se adaptando a esse período marcado por grandes mudanças. Este trabalho se faz relevante pelo fato de que, no grupo de gestantes, os acadêmicos de enfermagem têm a probabilidade de orienta-las de forma humanizada e integral. Dessa forma, tem-se como objetivo promover conhecimento as gestantes de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) sobre os principais desconfortos neste período a partir de práticas educativas exercidas no processo de formação sobre o ensinar-aprender dos acadêmicos do curso de enfermagem. Trata-se de um relato de experiência, a partir da proposta do Componente Curricular “Estágio Curricular Supervisionado I” ofertado pelo Curso de Enfermagem (CEN) do Campus Avançado Profª “Maria Elisa de Albuquerque Maia” (CAMEAM) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Para isso elencou-se as necessidades em saúde desta UBS, assim, tivemos como basilar a utilização do Arco de Maguerez, com o intuito de levar-nos a uma prática de ação–reflexão–ação. De tal modo, o público alvo da ação foram as gestantes que estariam presentes para a consulta de Pré-Natal no dia reservado para a ação, totalizando quatro gestantes, em diferentes idades gestacionais, faixa etária, condições socioeconômicas e culturais. Foi desenvolvida uma atividade sistematizada, utilizando-se de uma metodologia lúdica e criativa que desencadeou debates e promoveu a participação das mesmas. Portanto foram repassadas algumas orientações sobre os desconfortos desse período. Na oportunidade, foi ressaltado o porquê da ocorrência destes desconfortos e as possíveis intervenções para minimiza-los. As gestantes evidenciaram bastante interesse sobre o assunto abordado, relatando medos e angústias, o que reflete na construção do vínculo com as usuárias, haja vista que houve a participação das mesmas durante todo o processo, contribuindo assim, para o ensino/aprendizagem de todos os envolvidos. Neste sentido, os conhecimentos construídos nas atividades de EPS são fundamentais para o norteamento das práticas educativas em saúde, onde a população se mostra interessada e satisfeita quando são desenvolvidas atividades deste cunho, principalmente quando a temática é sugerida por eles, refletindo em suas necessidades sociais e de saúde. Destarte, conseguimos promover um trabalho em equipe, onde foi possível alcançar os objetivos previstos, promovendo assim, nossa própria desenvoltura em relação ao papel do enfermeiro docente. Portanto, a EPS se constitui em uma ferramenta indiscutível para a formação de sujeitos autônomos e questionadores da sua própria situação. Assim, visualizamos a importância do estágio na formação acadêmica e pessoal por propiciar o conhecimento da realidade, na qual planejamos as intervenções em saúde a partir das necessidades dos sujeitos.