INTRODUÇÃO: Problemas relacionados à recursos humanos e materiais na Atenção Primária chama atenção para a possibilidade de uso e implantação de cuidados de saúde alternativos e terapia complementares, e, dentre essas, a Fitoterapia se destaca pela boa aceitação e forte tradição nas coletividades. O uso das plantas medicinais representa alternativa terapêutica eficaz, segura, de baixo custo e acessível à população, possuindo respaldo entre pesquisadores e cientistas em todo mundo. Comumente é difundida nas famílias pelos anciões, obedecendo a tradição de ser disseminada destes para as demais gerações. OBJETIVO: Realizar um relato de experiência cujo objeto de análise foi uma atividade extensionista realizada pelo PET Conexões de Saberes Fitoterapia entre os moradores do bairro Malvinas V da cidade de Campina Grande (PB). METODOLOGIA: Utilizando-se da pesquisa-ação, que é um tipo de pesquisa social, concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, este estudo traz um relato de experiência vivenciada em uma extensão intitulada FitoOficinas, cuja finalidade é a sensibilização de um grupo, possibilitando uma interação entre universidade e comunidade. Assim, criou-se um grupo de discussão para melhor informar e esclarecer a população sobre métodos que garantam o uso racional, seguro e um melhor aproveitamento de plantas medicinais, enquanto possibilidade de promover ressignificações acerca do uso da Fitoterapia. RELATO DE EXPERIÊNCIA: As atividades iniciaram-se em junho de 2012 e se estenderam por um ano. Durante este período foram realizadas oficinas para discussão sobre a utilização de plantas medicinais e suas contra indicações, as formas de preparo, manipulação, armazenamento (conservação) e higienização. As Oficinas eram compostas por três momentos distintos: acolhimento e recepção dos participantes através da realização de alguma dinâmica de aproximação, seguindo-se à discussão das temáticas supracitadas junto à escuta ativa de relatos dos participantes, e, por fim, encerramento. Muitos idosos compartilhavam os conhecimentos e tradições populares que traziam de suas vivências, participando da construção de um saber válido e hábil. Constatou-se, ainda, que se conhecem algumas formas de remédios caseiros (lambedores), no entanto com a falta de observação de alguns princípios de preparo adequados. É comum ouvir dos participantes que eles possuem esta ou aquela planta em casa e não imaginavam que estas pudessem possuir propriedades medicinais ou tóxicas. Dessa forma, é possível que todo o conhecimento adquirido em âmbito acadêmico alcance o mundo além dos muros da universidade facilitando e promovendo uma melhor qualidade de vida à população. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Estas orientações trazem uma série de benefícios para os participantes enquanto terapia e inclusão social. Os participantes tornaram-se agentes multiplicadores do conhecimento construído, contribuindo para difundir saberes de grande importância social. Os participantes tornaram-se agentes ativos no cuidado de sua saúde. Extensão universitária é uma importante atividade social, na medida em que promove cidadania, autonomia e saúde.