Introdução: A relação entre IC e Depressão tem sido frequentemente relatada na literatura. O interesse nessa associação deriva dos altos custos ao sistema público de saúde e da conhecida piora clínica dos pacientes que apresentam essas duas doenças. A Insuficiência Cardíaca (IC), segunda causa de internação hospitalar no SUS, afeta a qualidade de vida do paciente, aumentando sua morbimortalidade. Por causa da significância dada ao coração, a IC causa um aumento da ansiedade que afeta negativamente o estado geral do paciente. A depressão limita as funções biopsicossociais do indivíduo. O modo como essa doença psiquiátrica afeta a saúde do paciente é bastante variado e inclui, por exemplo, a diminuição da função imune, o aumento da estimulação neuro-humoral e a produção de citocinas pró-inflamatórias. Objetivo: Entender, a partir de revisão da literatura, a relação existente entre depressão e IC.Metodologia: Pesquisa bibliográfica no Lilacs e Scielo utilizando como palavras-chave “insuficiência cardíaca”, “depressão” e “qualidade de vida”. Foram encontrados vinte artigos dos quais foram selecionados nove artigos que tinham relação com o tema. Os artigos foram lidos na íntegra e seus resultados comparados.Resultados: A prevalência de depressão é maior em portadores de IC hospitalizados (35 – 70%) do que na população em geral (5 – 10%). A incidência ainda guarda relação com a gravidade dos sintomas da IC. Outros estudos ainda demonstram que a prevalência da depressão é maior no sexo feminino. A depressão pode aumentar a morbimortalidade de pacientes com IC, elevando a frequência cardíaca (FC) do paciente. Como o coração está com uma variabilidade da FC reduzida por causa da IC, um aumento da FC é responsável pelo aumento da morbimortalidade cardíaca. Fatores relacionados com o tratamento da IC, por exemplo, mudança da alimentação, aumento das micções causado pelos diuréticos, ginecomastia pela espironolactona, alterações do sono e disfunção erétil devido uso de betabloqueadores, e o isolamento social podem contribuir para aumentar a prevalência da depressão nos pacientes com IC. Conclusão: Percebe-se, portanto, que a depressão tem efeitos maléficos sobre o prognóstico de pacientes com IC e, que, nesses pacientes a prevalência da depressão também é maior, mostrando a relação íntima dessas duas afecções. Torna-se claro que a terapêutica para IC deve ser multiprofissional e que o apoio psicológico é fundamental para prevenir os efeitos negativos da depressão.