Atualmente, têm-se percebido mudanças no curso da epidemia da Aids, tornando-se cada vez mais frequente o número de casos na faixa etária acima de 50 anos. Entre as pessoas acima de 50 anos, as estimativas de suscetibilidade por idade têm demonstrado que o “risco relativo de infecção pelo HIV” apresenta crescimento a partir da faixa etária de 13 anos, atinge o máximo após os 20 anos, diminuindo até os 40 anos, recomeçando o crescimento após essa idade. Este estudo tem por objetivo identificar as práticas sexuais e preventivas e as crenças sobre a aids em idosos de pessoas da população em geral com idades igual ou superior a 50 anos. Participaram, de forma não probabilística e acidental, 57 pessoas com idades variando de 50 a 80 anos (M=60; DP=8,2), sendo a maioria do sexo feminino (38 mulheres), casados (31 pessoas) e com até 8 anos de escolaridade (20 pessoas).Utilizou-se como instrumento uma escala de crenças sobre a aids em idosos e questionário sociodemográfico. Estas pessoas foram abordadas em praças e logradouros de 09 cidades pertencentes às macrorregiões de saúde de Patos e Sousa. Os dados foram analisados através de estatística descritiva, de posição e de variabilidade (Frequência, média e desvio padrão, respectivamente). Para tanto, utilizou-se o softwere estatístico SPSS, versão 20. Em relação às práticas sexuais e preventivas, numa escala de 0 a 10, os participantes apresentaram média igual a 6,07 (DP=4,4) ao avaliarem o risco pessoal de contrair Aids. Ao se perguntar sobre o uso de camisinha durante as relações sexuais, das 52 pessoas que responderam a esta questão, 48 nunca usaram o preservativo e 4 afirmaram usar “às vezes”. Nenhum participante afirmou ter usado “sempre”. Ademais, a maioria dos participantes não acredita que os idosos possam pegar aids através do sexo, bem como não concordam que o idoso se previne contra a AIDS. Destaca-se, ainda, a crenças dos participantes de que idosos com aids sofrem o preconceito social, tornando uma realidade vergonhosa, quando comparado com jovens, havendo, ainda, um maior grau de concordância de que estes idosos deveriam manter o sigilo sobre seu diagnóstico. Foi possível identificar que as práticas sexuais e preventivas dos participantes apontam para elementos de vulnerabilidade às DST`s/AIDS, bem como para um conjuntos de crenças que não envolvem apenas o idoso com aids, mas a vivencia da aids no contexto social dos indivíduos. Se faz necessário destacar que as práticas sexuais associadas à maior vulnerabilidade não devem ser entendidos e abordados como uma decorrência imediata da ação voluntária das pessoas, mas estão relacionados tanto com condições objetivas de vida (escolaridade, renda, acesso às informação, capacidade de compreensão e o efetivo exercício na vida diárias, etc.) quanto com as condições culturais e sociais em que os atores sociais vivem.