O consumo de produtos industrializados vem crescendo de forma acelerada nas últimas décadas, gerando grandes quantidades de resíduos sólidos e transformando-os uns dos maiores problemas da sociedade moderna. Como tais resíduos devem ser coletados e tratados adequadamente demandam serviços de coleta pública, efetivada pela a atividade profissional dos conhecidos garis. O processo de trabalho de tais sujeitos é repleto de riscos ocupacionais. Diante da evidência, objetiva-se identificar os riscos ocupacionais presentes no cotidiano do trabalho dos garis e o estado de saúde destes sujeitos. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura em novembro de 2013 na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando-se a associação entre os Descritores Controlados em Ciências da Saúde: risco ocupacional, catadores de lixo e saúde. Foram encontrados 8 publicações, e a partir dos critérios de inclusão (artigos publicados na íntegra, escritos em português, inglês e espanhol) e dos de exclusão (trabalhos repetidos), chegou-se a 3 artigos científicos, todos disponíveis na base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), datados de 2007-2009. De posse dos artigos selecionados, foi possível constatar que todos os riscos ocupacionais estão presentes na atividade dos garis, ou seja, os físicos, químicos, ergonômicos, de acidentes e os biológicos. Por necessidade do ofício são obrigados a recolher o lixo com as mãos, sendo que essa prática potencializa o contato com bactérias, vírus e substâncias tóxicas perigosas, especialmente, considerando que a maioria não utiliza os equipamentos de proteção individual necessários. A exposição a tais fatores e a não adequação as normas de precaução padrão tem propiciado o aparecimento de doenças, comprometendo a saúde destes profissionais. É possível verificar doenças como o câncer, AIDS, tuberculose, doença do rato, micoses, dores de músculo esqueléticas, dores de cabeça, além de agravos decorrentes de acidentes, como ferimentos, cortes com perfurantes e cortantes, atropelamentos, mordidas de animais (cães, ratos), picadas de insetos, entre outros. Concluiu-se que o processo de trabalho como catador de lixo é perigoso e insalubre, apresentando riscos à saúde e padrões de adoecimento peculiares, necessitando de intervenções e do fomento de políticas públicas para dirimir o quadro crítico vivido por estes trabalhadores. Além disso, considerando o número pequeno de publicações, faz-se cabal o desenvolvimento de novos estudos sobre a temática.