Introdução: A paternidade na vida do homem representa momento de grande mudança caracterizado, principalmente, por papéis sociais que determinam o comportamento adulto masculino perante a família e a sociedade. A ideia de “pai provedor” influenciou e, ainda, tem influenciado o comportamento do homem frente à paternidade. Por outro lado, a figura do “novo pai” se caracterizou a partir do rompimento com o modelo tradicional de paternidade e do desenvolvimento de vínculos afetivos no trinômio pai-mãe-filhos. Assim, percebe-se que a forma de conceber e vivenciar a paternidade decorre de transformações históricas. Neste sentido, compreendendo a paternidade como construção social que se forma a partir de processos identitários da figura masculina e concepções de gênero, o estudo em questão sustenta-se na Teoria da Identidade Social com enfoque da Psicologia Sócio-histórica. Objetivo Geral: Analisar as repercussões da construção da identidade paterna na adesão ao pré-natal masculino. Método: Tratou-se de um estudo com abordagem qualitativa. Participaram 40 homens-pais, na faixa etária entre de 22 e 47 anos, tempo de parentalidade mínimo de 1 ano, relacionamento estável, e classes sociais diversas. Critérios de inclusão: ser homem-pai adulto, não ser pai adolescente, nem avô, uma vez que se acredita existir peculiaridades nestas situações as quais não se enquadram como foco do estudo em questão. Os participantes foram selecionados de forma aleatória, sendo respeitados os critérios de inclusão no estudo e concordância em responder os instrumentos. Instrumentos: 1) Entrevista Semi-estruturada: com o intuito de apreender discursos acerca das vivências e concepções da paternidade; 2) Questionário sóciodemográfico: que buscou levantar dados acerca da idade, renda, tempo de relacionamento, status conjugal, número de filhos e escolaridade. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba – CEP/SES-PB. Após a aprovação ética e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes, procedeu-se a coleta dos dados. As entrevistas foram processadas por Análise Categorial Temática, proposta por Figueiredo (1993), a qual consiste na relação dos discursos emergentes com as variáveis temáticas de interesse. Resultados: A partir da análise dos relatos dos participantes, emergiram duas classes temáticas e dez categorias. A Classe Temática I Paternidade foi composta pelas categorias: Transformação, Papéis, Responsabilidade, Realização e Limitações. A Classe Temática II Saúde Reprodutiva foi composta pelas categorias: Pré-natal, Pré-natal masculino, Participação masculina, Serviços de saúde e Obstáculos. Considerações finais: A paternidade enquanto construção social é moldada conforme o tempo histórico em transição. A identidade paterna é tida como algo em constante transformação a depender do contexto sócio-histórico do homem, neste sentido a forma com a qual o homem foi socializado vai implicar necessariamente na sua identidade paterna. Enquanto estratégia de intervenção de uma política pública de saúde, o pré-natal masculino deve então contemplar o sentido histórico da paternidade e os significados atribuídos a este momento da vida masculina para que assim melhor se efetive a sua implementação e, consequentemente, a adesão masculina.