Introdução: A experiência pauta-se na análise do planejamento e desenvolvimento de ações do Programa Saúde na Escola (PSE) direcionada para redução de danos e a prevenção de agravos à saúde na população escolar. Dar-se ênfase a uma estratégia que vincula ações escolares às de atuação dos profissionais que compõem os serviços de saúde da família, estimulando a criação de uma agenda de ações compartilhadas entre os envolvidos. Objetivos: Na perspectiva de implantar uma nova política intersetorial de atenção integral à saúde de crianças e adolescentes do ensino básico e público municipal, propõe-se apresentar e analisar as ações do PSE desenvolvidas, pelas equipes de educação e de saúde da família, no período de doze meses, entre agosto de 2012 e 2013. Metodologia: Participativa, envolvendo reuniões técnicas para elaboração do projeto e das ações realizadas em nove escolas municipais de Niterói, voltando-se para abordagem de alunos, pais e professores. Além de ações de interlocução entre profissionais de saúde e educação, determinantes na definição de ações continuadas e integradas a grade curricular de ensino e aprendizagem dos alunos, foram desenvolvidas ações coletivas de abordagem e orientação aos pais, objetivando o reconhecimento destes acerca da proposta do PSE e o entendimento acerca das abordagens a serem realizadas com seus filhos, algumas das quais poderiam ocasionar encaminhamentos aos serviços de saúde para acompanhamento e/ou melhores orientações. No âmbito escolar, as ações foram pensadas envolvendo práticas educativas e preventivas sobre saúde oral, sexualidade, alimentação saudável, cuidados com o corpo, fases do desenvolvimento humano, além da ação de pesagem, medição da estatura e verificação de pressão arterial identificando potenciais problemas na saúde dos escolares. Resultados: Após reuniões técnicas para elaboração do projeto, as ações realizadas através das Semanas de Mobilização integraram profissionais de saúde e educação, envolvendo um trabalho coletivo e multidisciplinar, direcionando a abordagem de 2.740 alunos, dos quais 23,1% apresentam alteração de pressão arterial, além de 17,5% com sobrepeso, 7,5% obesidade e 2,2% obesidade grave. Foi possível identificar e encaminhar ao tratamento 41,8% das crianças e adolescentes com alguma disfunção nutricional, motora ou linguística, bem como realizar ações de saúde bucal, pautadas em práticas educativas, para 71,6%. Os dados chamam atenção para a tese de que o peso corpóreo durante a adolescência é um forte fator de previsão do peso no adulto. Assim, apontam que o risco de uma criança obesa se manter nesta condição na vida adulta é muito maior do que em crianças com gordura corporal normal. Por isso, o sobrepeso, a obesidade e o desenvolvimento da síndrome metabólica em crianças e adolescentes representam na atualidade uma das condições mais desafiadoras para os sistemas de saúde.Conclusão: A participação e integração das equipes demonstram o fortalecimento da pactuação e o apoio dos familiares em reuniões temáticas, que também atuam como promotoras de saúde local. É perceptível que a viabilidade e pertinência da proposta, que se mantém em 2014, decorrem da capacidade de ampliar a visão sobre suas práticas e educação escolar, tornando-a instrumento para educação permanente dos atores sociais envolvidos.