ESTE TRABALHO É UM DESDOBRAMENTO DA PESQUISA "NO PÉ QUE BROTOU MARIA, NEM MARGARIDA NASCEU: TRAJETÓRIAS DO CUIDADO À MULHER APÓS O PROCESSO DE ABORTAMENTO”. UTILIZANDO-SE DE UMA METODOLOGIA QUALITATIVA, FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS APLICADAS EM GRUPO OU INDIVIDUALMENTE COM PROFISSIONAIS DA SAÚDE ATUANTES EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA/CE, COM O OBJETIVO DE ANALISAR O PERCURSO DE CUIDADO DAS MULHERES QUE VIVENCIARAM O ABORTO PROVOCADO DENTRO DO TERRITÓRIO DA UBS. A ANÁLISE DO CONTEÚDO FOI REALIZADA PELA TEORIA DA HERMENÊUTICA. COMO NO PAÍS O ABORTO INSEGURO É UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA E IMPORTANTE CAUSA DE MORTALIDADE MATERNA, UMA DAS DISCUSSÕES QUE LEVANTAMOS NESTA ANÁLISE E QUE CONSIDERAMOS DE RELEVÂNCIA PARA COMPREENDER O TEMA DO ABORTAMENTO AUTOINDUZIDO É O QUE LHE ANTECEDE: A GRAVIDEZ NÃO PLANEJADA E/OU DESEJADA. ENTRE AS QUESTÕES COLOCADAS PELOS PROFISSIONAIS ENTREVISTADOS E QUE PERMEIAM A VIVÊNCIA DA GRAVIDEZ NÃO PLANEJADA E/OU DESEJADA ESTÁ A VULNERABILIDADE DAS MULHERES QUE USAM SUBSTÂNCIAS. É MENCIONADO A RECORRÊNCIA DO SEXO NÃO CONSENTIDO, TENDO EM VISTA O ESTADO ALTERADO DE CONSCIÊNCIA DURANTE O USO DE DROGAS, E DESPROTEGIDO NA VIVÊNCIA DAS USUÁRIAS DE SUBSTÂNCIAS. SOMANDO-SE A ESSE CONTEXTO O DISTANCIAMENTO DELAS DA UBS, DEVIDO AO ESTIGMA QUE LHES É IMPOSTO, PODEMOS OBSERVAR UMA FALHA NO SISTEMA DE SAÚDE EM AMPARAR ESTAS MULHERES CONSIDERANDO AS SINGULARIDADES DE SUAS EXPERIÊNCIAS SEXUAIS, TRANSCENDENDO A PRÁTICA PRESCRITIVA. APESAR DE SER UM ESTUDO INICIAL, SEM REPRESENTATIVIDADE, PODEMOS APONTAR ALGUMAS URGÊNCIAS, TAIS COMO PROPOR UMA MELHOR FORMAÇÃO PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E O AVANÇO EM PESQUISAS VOLTADAS PARA AS VIVÊNCIAS SEXUAIS E REPRODUTIVAS, ESPECIALMENTE QUANTO ÀS PRÁTICAS CONTRACEPTIVAS, DESTAS MULHERES, A FIM DE CONSTRUIRMOS PRÁTICAS DE SAÚDE COERENTES E EFETIVAS.