Durante a realização do grupo de estudos e pesquisas sobre surdez no Mestrado de Ciências da Linguagem da Universidade Católica de Pernambuco, muitas questões se desdobraram das reflexões realizadas. Dentre elas foi suscitada uma questão sobre o momento histórico no qual ocorreu o input no interesse das pesquisas relativas à língua de sinais para estudar seu funcionamento e organização linguística. Ao longo do século XX, o contexto relacionado à comunicação de surdos, impunha a oralização como forma de torná-los iguais aos ouvintes, como também única possibilidade de diálogo. Tal entendimento negava o direito à opinião e diálogo de usuários dessas línguas. O objetivo deste trabalho foi analisar a virada pragmática como grande impulsionadora da valorização de pesquisas sobre as línguas de sinais e seu reconhecimento como língua legítima. Adotamos a pesquisa bibliográfica como opção metodológica por se constituir um recurso que nos possibilitou conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre o tema que pretendíamos abordar. A composição do quadro teórico reuniu autores que nos ajudaram a entender a dinâmica desse momento histórico: Wittgenstein; Habermas; Quadros; Karnopp; Souza, Cuter, dentre outros. A análise dos dados nos permitiu confirmar que a virada pragmática sinalizou para possibilidades de diálogo entre línguas de estruturas distintas. Considerou ainda que a racionalidade comunicativa se constitui um elemento na formulação de possíveis diálogos entre os falantes de línguas orais e de sinais habilitando a participação do surdo em momentos de tomada de decisão sobre tendências para sua comunicação.