As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) representam um potencial reservatório de microrganismos que viabilizam a transferência cruzada dos mesmos, favorecendo a ocorrência de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), principalmente em pacientes idosos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a contaminação microbiológica de superfícies da UTI adulto de um hospital público em Campina Grande–PB. Durante maio a setembro de 2019 foram coletadas 76 amostras de 10 superfícies da UTI adulto, utilizando swabs semeados em meios de cultura para identificação bacteriana. Observou-se maior contaminação (100%) em respirador, telefone e bancada de prescrição, seguidas de bomba de infusão (88,8%), bancada de preparo de material antes da higiene (87,5%), maçaneta (85,71%), cama (77,7%), almotolia (71,42%), torneira (66,6%) e bancada de preparo de material após higiene com um saneante à base de peróxido de hidrogênio (57,14%). As espécies predominantes foram Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina (MRSA) (36,48%) e Staphylococcus coagulase negativa resistentes à oxacilina (SCN R Oxa) (31,08%). Entre as bactérias Gram-negativas, as que apresentaram resistências mais elevadas aos antibióticos foram: Enterobacter aerogenes ao cefepime (100%), sulfametoxazol(100%) e ciprofloxacino (66,6%); Proteus mirabilis à amoxicilina+ácido clavulânico (50%), imipenem (50%) e tetraciclina (50%). As cepas de Klebsiella pneumoniae apresentaram as maiores resistências ao ciprofloxacino (100%), cefepime (100%), e imipenem (100%). E os isolados de Klebsiella oxytoca à ceftriaxona (100%), sulfametoxazol (100%) e cefepime (100%). Conclui-se que a condição imunológica de idosos, associado à transmissão de microrganismos presentes nas superfícies hospitalares, favorecem o desenvolvimento de IRAS graves nestes pacientes.