A colonização provocou mudanças profundas nos sujeitos colonizados, ao ponto de neles despertar o sentimento da perda progressiva de suas identidades. Uma vez que, apenas a cultura do colonizador, tida como civilizada, a sua língua, suas crenças e costumes eram permitidos. E a tentativa de embranquecer de alguma forma, seja com um casamento com o branco ou servindo ao império contra a sua própria etnia, reflete na problemática - império e colônia -, como sendo alternativas de uma possível ascensão social. É praticamente impossível pensar nos estudos pós-coloniais e não aludir à importância que a história da oralidade (tradição oral) e memória tem para a tradição africana. Questões comumente a gênero, classe e raça, também constituem o panorama da formação das identidades ocidentais. Por esta razão, buscou-se investigar neste trabalho, as marcas identitárias do sujeito negro pelo viés pós-colonial na obra O alegre canto da perdiz, de Paulina Chiziane, para isso, foi feito a análise da obra referida acima, e também o estudo de trabalhos acadêmicos e pesquisas desenvolvidas por estudiosos da área, que apresentam objetivos próximos, para fundamentar a construção deste estudo. Durante a análise observou-se que esse romance traz em sua construção, a presença da tradição oral marcada nos momentos em que as personagens buscam por soluções para situações que causam desconforto coletivo ou quando tentam explicar a origem das coisas. E também apresentam personagens que adotam o pensamento do colonizador e de certo modo, tentam apagar sua própria identidade na tentativa de ascender socialmente.