O ano de 2020 no Brasil foi marcado por uma série de mudanças ocorridas em virtude da pandemia da Covid 19. Dentre essas mudanças, o ensino remoto acabou sendo adotado para todas as fases de ensino, inclusive na educação básica. Estudos conduzidos desde 2020 demonstram as fragilidades desta forma de ensino, destacando desde as dificuldades de acesso até a falta de engajamento dos alunos em vídeo chamadas e outras tarefas online. Considerando alunos público-alvo da educação especial (PAEE), inclusive alunos com transtorno do espectro do autismo (TEA), essas dificuldades podem ter sido potencializadas. Diante do exposto, este relato de experiência tem o objetivo de demonstrar uma estratégia de ensino utilizada em contexto de aula particular realizada no período de 2020/2021. O participante era um aluno de dez anos diagnosticado com TEA e Transtorno Opositor Desafiador (TOD) que não estava se beneficiando do modelo remoto. O aluno, neste contexto, não tinha a habilidade de permanecer sentado e concentrado por mais de dez minutos para desenvolver as atividades escolares. Foi utilizada a estratégia de apresentação de quebra-cabeças, variando progressivamente em grau de dificuldade, aumentando gradativamente o tempo de permanecer sentado e engajado na tarefa. Ao final do procedimento planejado, o aluno adquiriu a habilidade de permanecer sentado por 50 minutos. A partir deste ponto iniciaram as atividades escolares que se encerraram no final de 2021, com a perspectiva de retorno presencial em 2022. O aluno desempenhou todas as atividades propostas pela professora, alcançando o repertório esperado pelo currículo escolar proposto pelas docentes da instituição escolar do aluno.