Sabemos que os livros didáticos (LDs) têm se destacado no cenário da educação brasileira como um recurso de grande relevância, tendo em vista que, na maioria das vezes, se constitui como o principal recurso para o qual convergem alunos e professores durante o processo de ensino-aprendizagem. Neste sentido, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) do segundo segmento só passou a contar com um programa que lhe garantisse o acesso gratuito aos LDs a partir da criação do Programa Nacional do Livro da EJA (PNLD EJA 2011), responsável por estabelecer critérios para a sua avaliação. Sendo assim, tivemos como objetivo identificar os usuários do LD (sujeitos da EJA) no sentido de conhecer o papel exercido por esse recurso em sua trajetória escolar, bem como a opinião deles sobre os livros didáticos de português (LDP) utilizados e aprovados pelo referido programa. Como procedimento metodológico, realizamos entrevistas semiestruturadas com sete alunos de uma escola pública, com foco em perguntas relacionadas à configuração dos livros, aos textos ofertados para leitura e às atividades de leitura propostas. Em seguida, procedemos com a análise qualitativa dos dados. Dentre os resultados encontrados, os sujeitos destacaram a relevância do LD no processo de ensino e aprendizagem, tendo em vista que o referido recurso lhes proporcionava o conhecimento a determinados saberes. Contudo, alguns alegaram que os livros não traziam conteúdo suficiente para um ano letivo, carecendo de complemento pela professora e da mediação realizada por ela para a realização de determinadas atividades de leitura e compreensão textuais. Isto nos fez inferir que é necessário um olhar mais atento para as singularidades dos sujeitos de EJA no que tange à produção dos LDs destinados a este segmento de ensino, além de ressaltar a relevância da continuidade do programa já referido.