As Didáticas Críticas têm ocupado um lugar fundamental no desenvolvimento da Educação Brasileira desde seu fortalecimento no período de redemocratização no fim do século XX. A partir de então, novos desafios têm apresentado a necessidade de diferentes adaptações e ressignificações da Didática enquanto campo de pesquisa e transformação. Desde o neotecnicismo e a transformação forçada da Educação Básica em uma educação profissionalizante, ao modo problemático como foi constituída a Base Nacional Comum Curricular, fortemente influenciada pela perspectiva neoliberal de educação. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo demonstrar a possível contribuição da Didática Decolonial enquanto caminho epistemológico de resistência às influências limitantes das reformas neoliberais na educação brasileira. A metodologia aplicada é a de pesquisa bibliográfica (GIL; PRODANOV, 2002; 2013), uma vez que se trabalhará exclusivamente com obras dos campos da Pedagogia Decolonial e da Didática. O referencial teórico utiliza os estudos de Pimenta (2019), Candau (2020) e Dias e Abreu (2020). Os resultados obtidos evidenciaram como propostas didáticas decolonais desenvolvidas na América Latina colocam em perspectiva problemas de classe oriundos da influência (neo)colonizadora. Também foi possível traçar as contribuições dessas propostas através da sua dimensão formativa e crítica, compromissada com a valorização de saberes populares e descolonização das práticas educativas.