A discussão acerca do processo de heteroidentificação ou aferição da condição de cotista dos candidatos pretos ou pardos está presente mais veemente em algumas instituições federais de ensino. No entanto, quando o tema é abordado fora do ambiente acadêmico, ainda existe certa resistência ou até desconhecimento do que se trata. É comum ouvirmos de alguns, que desconhecem minimamente a história da escravidão e do racismo estrutural no Brasil, que a reserva de vagas para candidatos pretos e pardos é algo desnecessário ou, até mesmo, inútil. Estes, certamente, não têm noção de quão importante é essa política de acesso aos candidatos que, ao longo de séculos, tiveram seu direito cerceado a ocupar uma vaga em instituição pública de ensino, mais especificamente, federal. Assim, existe a necessidade de investigação no que tange ao tratamento dado, por parte das instituições federais de educação, à temática em questão, bem como de que maneira os processos de heteroidentificação tem se dado no âmbito das instituições federais. Nesse sentido, este artigo tem por objetivo identificar e analisar as produções científicas sobre essa temática, tendo como base de dados os anais das edições anteriores do Congresso Nacional de Educação (CONEDU), bem como dos e-books produzidos por meio do evento. O estudo se caracteriza como exploratório, sendo realizado considerando uma abordagem qualitativa e descritiva. Como resultados do estudo, pretende-se identificar, na base de dados considerada, se tem sido produzido algo acerca da temática e, havendo produções, o que vem sendo discutido, ou seja, quais vieses de diálogos têm sido levados em conta para tratar do tema. Ademais, pretende-se trazer reflexões sobre os vieses identificados acerca da temática, buscando contribuir com o debate, inclusive, promovendo discussões, por exemplo, à luz dos estudos identificados, sobre os desafios e as possibilidades que perpassam (ou perpassaram) pelos processos de heteroidentificação.