A Educação Escolar Quilombola (EEQ) é uma temática nova e contemporânea no que se refere às políticas públicas educacionais no país. A valorização da EEQ na educação brasileira tem se intensificado nas últimas décadas, principalmente a partir dos anos 2000, quando se intensificaram os debates políticos, com materialização legal, programas e ações voltadas para a temática da diversidade na educação, entre elas, a EEQ. A promulgação da Lei n° 10.639 em 09, de janeiro de 2003, foi um marco porque alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) n° 9.394/1996, que tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira. Neste sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar referenciais curriculares estaduais de EEQ de diferentes sistemas de ensino no país, confrontando-os com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Trata-se de uma pesquisa qualitativa documental reflexiva. O trabalho é resultante do estágio de Pós-Doutorado em Educação, realizado no período de 2017 a 2018, pela Universidade Federal do Amapá (Unifap). Trata-se de uma pesquisa qualitativa documental, reflexiva, a partir dos estudos de Minayo (2008), Melucci (2005), Bardin (2002), entre outros. O estágio pós-doutoral permitiu um estudo analítico, comparativo e propositivo, de maneira colaborativa com distintos agentes dos sistemas de ensino estaduais do país a fim de estabelecer semelhanças e diferenças em ambos os contextos. Os resultados apontam que as diretrizes curriculares de alguns sistemas atendem, em parte, aos princípios de uma EEQ de qualidade, conforme sugerido pelas DCNs. No entanto, parte dos fundamentos instituídos nas DCNs da EEQ não são observados quando não apontam as atividades culturais, econômicas, políticas e sociais do cotidiano quilombola. A análise dos planos curriculares estaduais demonstra que, além serem incipientes, deixam muito a desejar no que diz respeito às variedades e diversidades étnicas dos quilombos no Brasil.