PONTES, José Marcos Nascimento et al.. . Anais IX CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/94798>. Acesso em: 22/11/2024 14:08
Esse trabalho tem como objetivo narrar a existência dos indígenas Potiguaras LGBTQIAPN+ dos aldeamentos e núcleos urbanos do Litoral Norte Paraibano, aldeados e desaldeados, em específico dos municípios de Mamanguape, Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição-PB, bem como na necessidade de ampliar as concepções frente à discussão sobre sexualidade nas terras indígenas. Por vez, a metodologia utilizada parte do relato de experiência enquanto indígena potiguara gay, bem como, utilizou-se os fundamentos da história oral, aflorando também, os relatos de Potiguaras LGBTQIAPN+ acerca de suas vivências, destacando os enfrentamentos frente à homofobia e discriminações tanto dentro das aldeias quanto na cidade – e mesmo no campo acadêmico. Ademais, com ênfase no compromisso ético dessa pesquisa, fruto do trabalho de conclusão de curso, a escrita de si tornou-se de suma importância numa perspectiva indígena indo ao contraponto de uma história tradicional. À qual, o aporte teórico sinaliza entre os estudos de Estevão Fernandes (2017), Luiz Mott (1994), Judith Butler (1990), Michel Foucault (1984), Cecilia McCallum (2013), Estevão Palitot (2005), Isabella Alves (2021) e outros. Os resultados pairam através dos discursos de ódio, violências físicas, verbais e psicológicas contra os Potiguaras LGBTQIAPN+ na cidade e principalmente dentro do aldeamento, sobretudo afeito pelas mazelas da colonização, sendo fortemente influenciada pela presença da fé cristã nesses espaços de terra indígena (TI) e o aumento expressivo da perda das tradições originárias, assim como também, o preconceito, afeito sob diversas óticas: são indígenas paraibanos/as/es, racializados/as/es e LGBTQIAPN+. Em suma, essa pesquisa é uma tentativa de sinalizar narrativas da existência desses/as sujeitos/as/es indígenas silenciados/as/es, suas resistências cotidianas e plurais – e porque não dizer coloridas. Portanto, corrobora que pouco se fala sobre os povos originários na perspectiva de sexualidade, aflorando ainda mais o olhar colonizador sobre esses corpos que são alvos constantes do apagamento, silenciamento e exclusão.