Ainda no século XX, a UNESCO voltou seu olhar para os processos midiáticos, enfatizando a importância da Educação em Jornalismo. Desde então, está em curso, em alguns países da Europa, uma agenda pública direcionada ao desenvolvimento de programas de educação midiática. No contexto europeu, partiu-se do princípio de que o consumo, a reflexão e a produção de mídias são direitos humanos básicos com vistas à promoção da cidadania. No cenário brasileiro, o Decreto 11.362/2023 foi o responsável por criar o Departamento de Direitos na Rede e à Educação Midiática que, em articulação com o Ministério da Educação, irá se debruçar na formulação e na implementação de políticas nesse campo. Diante desse panorama, o objetivo da pesquisa em curso é o de buscar compreender o processo de letramento midiático desenvolvido por estudantes do Ensino Técnico de Nível Médio do Cefet/RJ a partir da produção do jornal escolar Folha Cefet. Partiu-se da premissa de que os novos letramentos são múltiplos e multissemióticos e que as tecnologias de informação podem impactar o processo de ensino e aprendizagem, sendo a produção de um jornal online um ponto de convergência entre o trabalho com as novas linguagens tecnológicas e o letramento midiático. Metodologicamente, adotou-se uma abordagem qualitativa, compreendendo revisão bibliográfica sobre a teoria dos letramentos e da educação midiática, análise das produções dos estudantes no jornal e aplicação de questionário semiestruturado para seus integrantes. A análise das produções e dos questionários foi norteada pelas quatro categorias basilares de habilidades do letramento midiático: acesso, análise, avaliação e criação de conteúdo. Resultados preliminares apontam que os estudantes demonstram diferentes graus de habilidade no uso das ferramentas e plataformas demandadas na confecção do jornal e vêm revelando um amadurecimento na formação crítica quanto às mídias e a diversas demandas sociais.