O modelo DRIVE (Deploying Reading In Varied Environments) de leitura é um dentre os modelos de compreensão atualmente disponíveis na psicolinguística que buscam explicitar os processos envolvidos nesta complexa tarefa. O DRIVE traz o leitor como um gerenciador ativo no processo de leitura, utilizando de uma metáfora para ilustrar o paralelo de dirigir e de ler e explicar que leitores e motoristas gerenciam processos usando suas habilidades mentais de ordem superior, que permitem o gerenciamento dos pensamentos, sentimentos e comportamentos para atingir objetivos, as chamadas funções executivas. Este trabalho objetiva aprofundar os papéis das funções executivas no processo de leitura, tomando como base o modelo DRIVE, que foi o primeiro a considerar tais funções centrais. São apresentados conceitos basilares, modelos teóricos, evidências e discutidos os conceitos de funções executivas quentes e frias, e seus efeitos no processo de ler. Como resultado desta abordagem, ressalta-se o poder preditivo das funções executivas sobre o desempenho em leitura e aritmética, corroborando o papel dessas habilidades na aprendizagem e no desempenho acadêmico.