O Brasil, é o terceiro país mais diverso em répteis, com 795 espécies identificadas. Estes exercem funções que contribuem com equilíbrio ecológico, controlando populações de outros animais, regulando a dinâmica de espécies dentro das cadeias alimentares, além disso, desempenham um papel importante na dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração da vegetação. No entanto, a visão antropocêntrica que frequentemente encara animais como utilitários, ignorando suas interações ecológicas, gera preconceitos, que junto à desconexão humana com a natureza, levam a considerá-los inimigos naturais. O estudo avaliou a percepção de estudantes do ensino fundamental sobre répteis, em uma escola da rede pública do município de Arroio do Meio, RS. 111 estudantes do ensino fundamental responderam a um questionário sobre o tema. As respostas obtidas mostraram uma visão bastante distorcida sobre o grupo, dentre as respostas obtidas, 76.1% dos estudantes relataram se tratar de animais perigosos. 62% relataram ter medo desses animais, entretanto 47.7% não souberam explicar o porquê, os demais justificaram pelo fato de serem animais peçonhentos (28.3%), que podem atacar (16.4%) e ainda que são feios/nojentos (13.4%). Além disso, 71.1% relataram que o grupo possui importância ecológica, porém, 40.9% não souberam citar qual. Buscando conscientizá-los sobre a importância da preservação das espécies, bem como difundir o conhecimento científico sobre o grupo, foi concebida uma atividade educativa sob a forma de aula teórico-prática. Fica evidente que uma mentalidade antropocêntrica e preconceituosa em relação a esses seres vivos está enraizada no ambiente escolar, que através de atividades de educação ambiental deve ser confrontada.