A presença da Sociologia no currículo se constitui tema ainda muito candente na área de ensino de Sociologia por sua especificidade na educação básica. Desde a proposta inicial de Benjamin Constant em 1890 até no momento da Base Nacional Comum Curricular, a disciplina passa por períodos de presença e ausência no currículo. De efetiva obrigatoriedade os períodos vão de 1925 a 1942 e de 2008 a 2018. O período de 1996 e 2016 se caracterizou por grandes tensões no currículo, marcado pelo avanço das políticas neoliberais — marcado, nesse âmbito, pela Pedagogia das Competências — que irão solapar o espaço escolar com o esvaziamento científico do currículo, paulatinamente, até o seu ápice com as contrarreformas do governo Temer, a Emenda Constitucional nº 95/2016 e a Lei Federal nº 13.415/2017, referentes ao congelamento do financiamento pelo Estado dos serviços públicos, à reforma do ensino médio e a BNCC (2017/2018). A grande mudança está na inserção de itinerários formativos pelas grandes áreas do conhecimento, que desloca o foco disciplinar para temáticas pré-determinadas, rompendo com a presença das disciplinas em todos os anos do ensino médio, introduzindo formalmente a flexibilização do currículo. A Sociologia, mais uma vez na sua história na educação básica, foi impactada e teve seu espaço reduzido no currículo no ensino médio. A partir dessa nova regulamentação, os estados organizaram os novos currículos para esta etapa da escolarização, marcado pelo esvaziamento científico, ocupado por disciplinas como Projeto de Vida, Educação Financeira, Empreendedorismo, entre outras.