A escola que temos hoje tem sua historicidade ligada ao final da idade média e à organização da sociedade moderna (PETITAT, 1994). Desde o seu início, está ancorada em mecanismos de disciplina e controle que, por muito tempo, se transformou em um espaço de produção de segregação, exclusivo para uma determinada classe social, no qual uma imensa maioria da população não tinha acesso à escola e era analfabeta. Essa dinâmica, que por muito tempo foi naturalizada, passa a ser questionada e surgem movimentos que buscam mudanças de paradigmas e uma escola voltada para a diversidade dos/das estudantes oriundos/as de contextos diferentes e realidades distintas. Dessa forma, buscamos uma educação onde professores e professoras trabalhem em prol da criticidade de seus estudantes, para que tenham consciência da sua condição social, indo em busca da sua autonomia. Considerando a educação de Paulo Freire (2011), encontramos um modelo educacional que se difere das práticas da escola tradicional, rejeitando elementos de dominação. Nesse aspecto, tendo em vista que trabalhar com as questões de gênero dentro da educação nos dá suporte para ultrapassar os estereótipos culturalmente construídos, formando sujeitos aptos a reconhecer e a respeitar as diversidades, esse ensaio tem como objetivo apresentar a importância dos estudos de gênero a partir de uma perspectiva Freiriana de educação libertadora.