O ingresso no ensino superior é uma transição acadêmica que corresponde a um período crítico, que pode ser de crise, despertando gatilhos de distúrbio, ou de desenvolvimento, alavancando o início da vida profissional. Foi realizada pesquisa exploratória do tipo bibliográfica, no segundo semestre de 2022, a partir dos descritores “educação emocional” e “direito”, objetivando analisar essa complexa fase e seus reflexos. No curso de Direito há, além dos problemas de ansiedade e transtornos depressivos, que afetam os estudantes de qualquer curso superior, uma cobrança para aprovação no exame da ordem (OAB), que interfere e afeta a saúde emocional dos estudantes. Há que se considerar, ainda, os efeitos pandêmicos e pós-pandêmicos sobre o estado emocional desses alunos, mormente quando se avalia o aspecto das “soft skills” (ou habilidades interpessoais), fundamentais para o profissional jurídico, que precisa lidar com pessoas, administrar conflitos e buscar soluções e alternativas para transformação da realidade. Neste panorama, o papel das Instituições de Ensino Superior é a busca por modelos e dinâmicas que visem a contribuir com a manutenção da saúde mental dos alunos, dentro e fora da sala de aula, com o intuito de proporcionar uma formação profissional mais holística, com profissionais mais preparados para os desafios impostos pelo mercado de trabalho. Não se prestigia mais, portanto, o ensino hermético, eminentemente propedêutico, que cede espaço ao desenvolvimento de outras competências, conforme preconizado pelas diretrizes curriculares nacionais do curso de Direito. Para tanto, faz-se premente que a IES tenha o suporte de setores psicopedagógicos, para auxiliar o corpo discente em questões de déficit de aprendizagem ou dificuldades relacionais, viabilizando a regulação das emoções para uma atuação profissional hígida.