Os professores enfrentam desafios constantes para ensinar. A escassez de recursos didáticos adaptados para atender às necessidades educacionais específicas dos alunos com deficiência é um desses desafios. Desde a promulgação da Constituição de 1988, a educação é um direito universal e com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, e da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência em 2015, intensificaram-se as discussões sobre a importância de novas metodologias para a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular. Neste estudo, é descrito o processo de criação de um material didático sobre o sistema genital masculino e feminino, destinado a alunos com deficiência visual. Para garantir a efetividade do recurso didático, diversos aspectos foram considerados durante sua produção, tais como, os materiais utilizados para a texturização, o tipo e tamanho de fonte utilizada, as cores e ampliações das figuras, a escrita correta do Sistema Braille, o tamanho e a segurança do material ao ser manuseado pelo aluno. Depois de concluída a produção, o material foi avaliado por três revisores cegos do Instituto Benjamin Constant (IBC) e quatro alunos da Educação Básica da instituição por meio de entrevistas semiestruturadas e observação participante, para verificar sua eficiência e aplicação em sala de aula. O material foi aprovado para replicação em películas de policloreto de vinila (PVC) e registro na Divisão de Desenvolvimento e Produção de Material Especializado (DPME) do IBC, o que possibilita a solicitação por outras instituições de ensino públicas que atendam alunos com deficiência visual no país.