Artigo Anais do X Congresso Nacional de Educação

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO PARA O ESTUDO DE TRAJETÓRIAS ESCOLARES NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RIO DE JANEIRO

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Publicado em 08 de novembro de 2024

Resumo

Este trabalho mostrar como a Sociologia da Educação pode contribuir para o estudo das trajetórias escolares construídas na Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. O ponto de partida teórico para a compreensão deste objeto está no conceito de habitus, de Bourdieu (1994), problematizado por Bernard Lahire (1997; 2004; 2006) e ampliado por Jean-Claude Kaufmann (2003). A discussão nos ajuda a compreender por que, apesar de submetidas ao mesmo aparato legal, as escolas municipais cariocas possuem desempenhos diferentes e promovem a construção de trajetórias escolares distintas ao seu alunado. As contribuições da Sociologia da Educação trazidas neste trabalho são fruto de uma pesquisa bibliográfica sobre o conceito de habitus no contexto dos estudos sobre trajetórias escolares. Já as trajetórias escolares que ajuda a explicar – as Cariocas – fazem parte de um estudo longitudinal, que através de métodos mistos, acompanha uma coorte de alunos por 5 anos (2015-2019). Na parte quantitativa, através dos microdados do SAEB, mapeamos o desempenho e o perfil socioeconômico (fatores extraescolares) da coorte. Depois, observamos em quais escolas os estudantes estavam matriculados. Na parte qualitativa, investigamos através de entrevistas o que acontece nessas unidades e de que maneira suas características (fatores intraescolares) estão correlacionadas com a construção dessas trajetórias. As conclusões parciais ratificam que as unidades escolares da Rede colaboram de maneiras distintas para a construção das trajetórias escolares dos seus estudantes. Apesar das perspectivas educacionais dos gestores das Unidades investigadas serem semelhantes, suas condições objetivas tornam suas práticas distintas. Isso não significa que igualar as unidades escolares quanto às instalações e/ou recursos permitiria que todas promovessem trajetórias iguais, mas deve-se considerar que isso impacta na variedade e na qualidade das experiências que são oferecidas pela escola e interiorizadas e/ou incorporadas pelos alunos, favorecendo que as contraponham ou reafirmem o habitus que possuem.

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