A Geografia na atualidade se mostra cada vez mais articulada com novas perspectivas e abordagens, assuntos que, quando conectados, proporcionam um entendimento cada vez mais amplo dos saberes. As aulas de Geografia são universos que proporcionam vivências e pluralidade trazidas pelos sujeitos que ali articulam experiências e percepções. A reflexão dessas abordagens fortalece o debate e traz à baila uma nova forma de entender e relacionar os conteúdos geográficos, permitindo análises pautadas na conexão entre passado e presente. Temas levantados em outras áreas, a exemplo da literatura, que carregam um forte caráter subjetivo, começaram a parecer interessantes aos olhos dos geógrafos, refletindo sobre a importância dessa discussão para o desenvolvimento e aprofundamento do arcabouço teórico em Geografia. Considerar esse escopo ampliado de análise, faz com que a Literatura surja articulando novas possibilidades metodológicas para os geógrafos, levantando a seguinte problematização: a literatura é uma geografia? Partindo desse questionamento, surge a proposta de trabalhar obras literárias na sala de aula da disciplina de Geografia Cultural da Universidade Estadual da Paraíba – Campus III, introduzindo esse tipo de texto nas discussões, incentivando um diálogo de maneira efetiva/afetiva com seus conceitos, o que possibilita uma interdisciplinaridade de temas que proporcionarão diferentes olhares. Assim, há uma diversificação na abordagem e entendimento dos conceitos, teorias e metodologias geográficas. No caso das análises geográficas de obras literárias, além do espaço ser vivido, ele é também percebido e descrito, revelando um mosaico indispensável à formação do pensamento crítico, topofilia e percepção da teia simbólica construída no tempo histórico.