Este trabalho pretende refletir acerca da importância didático-pedagógica do contato inicial com formas diversas de ensino de História e Geografia, baseado no uso de diferentes formas de análise de fontes como recurso didático. O trabalho busca enfatizar os resultados já descritos em diferentes artigos e nas experiências da disciplina de História Cultural, ministrada no segundo quadrimestre de 2023, na Universidade Federal do ABC, onde parte do processo avaliativo consistiu-se na construção de uma análise cinematográfica, de obra de escolha dos estudantes, com base no modelo de "Roteiros de Análise", onde categorias interdisciplinares podiam ser trabalhadas, desde uma pesquisa detalhada da ficha técnica, passando pelas possíveis inspirações para o roteiro, até uma contextualização histórica da produção, buscando elementos presentes na obra, fossem eles a escolha de planos e fotografia, trilha sonora, a presença ou ausência de um tema, contexto ou discussão no roteiro. Como um dos objetivos da discussão sobre esse tema, está também a possibilidade de reformular e expandir o modelo de “Roteiros de Análise”, para outras disciplinas da área de humanidades, como a Geografia, abarcando inclusive mídias outras que não apenas o cinema. Ademais essa proposta leva em conta ideias trazidas por autores da Escola dos Annales, como Marc Bloch e Lucien Febvre, que passam a pensar a importância da inclusão de novas fontes para a pesquisa historiográfica, assim como a problematização da ideia de uma história oficial, pelos conceitos de Roger Chartier acerca da ideia de representação, bem como discussões mais contemporâneas acerca do papel do historiador e das aproximações possíveis entre história e cinema, e história e literatura, trazidas respectivamente por autores como Yvone Avelino e Marcelo Flório, e pela professora Sandra Jatahy Pesavento.