O processo de construção do Plano Municipal pela Primeira Infância parte do pressuposto estabelecido pelo Marco Legal da Primeira Infância, Lei nº 13.257 de 08 de março de 2016, que deu um grande passo ao estender à toda faixa etária da Primeira Infância o direito à participação, reconhecendo o caráter de ser e estar na sociedade de bebês e crianças pequenas, como sujeitos culturais e que, a partir de suas múltiplas formas de enunciar, possam contribuir para a vida coletiva. Essa escuta aconteceu por meio de diferentes linguagens, por profissionais qualificados e através de estratégias que se adequaram às culturas da infância e aos modos próprios das crianças se expressarem. Dentre as estratégias, destacamos os Mapas Vivenciais como forma de escuta aos bebês e crianças matriculadas nas creches parceiras do município, por se tratar de uma forma de cartografar a vivência espacial, observando as atitudes criadoras que se fazem nas rotinas cotidianas, mapeando a ocupação dos lugares, suas reinvenções, seus afetos, suas atividades e atitudes nesses locais que os acolhem cotidianamente. Para a construção dessa proposta, foi utilizado o referencial da Teoria Histórico-Cultural, desenvolvido por L.S. Vigotski. Garantindo, dessa forma, que os bebês e as crianças pudessem participar da formulação e da execução das políticas destinadas ao seu atendimento e ao acolhimento de suas singularidades nos diferentes espaços em que convivem, suas rotinas cotidianas, nas várias escalas em que essas se inserem, desde as instituições educativas (como os berçários das creches) às suas moradias (ruas, bairros e cidade).