O presente trabalho baseia-se em uma pesquisa qualitativa, de abordagem etnográfica, na qual a análise dos dados ainda está em andamento. O campo pesquisado, inicialmente, foi uma escola estadual, do município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, em 2023. Atualmente, estamos desenvolvendo a segunda fase da pesquisa, fazendo um trabalho de campo em uma escola da rede municipal, localizada no mesmo município. Os procedimentos adotados serão a observação participante, análise documental, entrevista semiestruturada e oficinas de produção textual. A partir da análise das produções escritas desses alunos, que encontram-se nos Anos Finais do Ensino Fundamental (especificamente alunos de turmas do 7º, 8º e 9º ano), esta pesquisa tem como objetivo analisar de que forma o período pandêmico, que ocorreu nos anos de 2020 a 2022, influenciou na escrita desses alunos que situam-se em vulnerabilidade socioeconômica, na tentativa de compreender quais as consequências geradas pela pandemia no retorno às aulas presenciais. O referencial teórico-metodológico desta pesquisa está apoiado em André (1995), Minayo (2004), Bisol (2006), Fayol (2014), Lemle (2009), Martelotta (2011), Rosa e Torres (2022), Seara, Nunes e Lazzarotto-Volcão (2015), Signorini (2020), Simões (2003), Silva (2005), Silva (2011) e Zorzi (2004). A fim de conhecer quais são os desvios ortográficos mais recorrentes, - desvios estes que podem ser de níveis morfológicos, fonológicos ou sintáticos -, o enfoque desta pesquisa está dirigido para o nível fonológico, focando em compreender como os fenômenos fonético-fonológicos (tais como apagamento, adição, transposição, substituição etc.) podem motivar determinados desvios. Neste momento, os resultados parciais das análises apontam que os alunos da primeira fase deste estudo apresentam evidências de que determinados desvios são provenientes de problemas do período de alfabetização e letramento, uma vez que os dados indicam problemas decorrentes/recorrentes dessas fases.