Esta pesquisa teve como objetivo desenvolver uma estratégia de jogo didático que auxilie no estímulo motor de crianças com Deficiência Intelectual. Autores como Martins (2018) e Rufini (2013) apontam a deficiência intelectual como um tipo singular de deficiência. Ela corresponde a um desenvolvimento incompleto do funcionamento intelectual, comprometendo os níveis das funções cognitivas, ou seja, a capacidade de aprender e compreender, gerando um prejuízo cognitivo. Com isso, para o desenvolvimento do jogo didático, analisamos estratégias de estimulação motora, que podem ser desenvolvidas para melhor desenvolver o percurso de apropriação do Sistema de escrita alfabética (SEA). Nas cartas são representados os segmentos sonoros das palavras, assim para escrever, se faz necessário centrar a atenção nos segmentos sonoros, e no que o objeto representa. O jogo, cujo nome é “ a letra que falta”, consiste em levar as crianças a observarem que a palavra é composta de sons equivalentes e sílabas e que estes sons apresentam correspondências entre unidades sonoras (fonemas) e unidades gráficas (letras). Como as cartelas apresentam não só as figuras, mas as palavras correspondentes a elas, é possível que as crianças comecem a observar que palavras que têm o mesmo “pedaço” também apresentam as mesmas letras. Dessa forma, enquanto refletem sobre os segmentos sonoros (fonêmico) iniciais das palavras, também são estimulados a refletir sobre a sua forma escrita. Como resultado da pesquisa, no grupo focal em que foi aplicado o jogo vimos que para além do estímulo motor, foram desenvolvidas no decorrer da atividade a sociabilidade das crianças, bem como, a oralidade, e desenvolvimento de raciocínio lógico ao criar estratégias para montar a letra inicial da palavra com o seu som. No mais, foi possível observar como as crianças conseguiram relacionar que as palavras são compostas de sons equivalentes a sílabas e que estes sons apresentaram correspondências entre unidades sonoras.