O presente estudo busca filtrar, na atuação dos profissionais do magistério municipal, os saberes desenvolvidos por meio da luta perpetrada por esta categoria, pontuando as dimensões político educativas de construção dos sujeitos em combatente, ávida e necessária defesa de melhorias na profissão docente, nas condições de trabalho para o exercício do magistério, nos projetos pedagógicos e, por fim, na qualidade da educação de caráter emancipatório, comprometida com a classe trabalhadora. É na perspectiva de reavivar os valores subjetivos e humanitários como patrimônio inviolável dos seres, difundindo as ações emancipatórias dos grupos sociais em pleno exercício de transformação da realidade posta, que esta pesquisa se localiza, a fim de contribuir com a classe trabalhadora. A perspectiva teórico-metodológica está embasada no materialismo histórico e dialético da humanidade. Encontramos na etnografia a orientação necessária para pesquisar os sujeitos inseridos no seu universo social. Nesta, escolhemos a narrativa como elemento de ressignificação das vivências grupais e individuais dos sujeitos, a fim de compreender os significados e aprendizagens que a luta social escreve na formação dos seres. Destacamos quatro sujeitos (dois homens e duas mulheres) para compor suas narrativas, tendo como fundo a dimensão educativa da luta dos professores da rede pública municipal de Crateús, através da atuação em seu Sindicato, espaço que chamamos de janelas, onde cada um nos permite um olhar. O diálogo utiliza-se dos estudos MÉSZÁROS (2011), MARX (1975), FREIRE (1996;1997), GOHN(2011), PIMENTA (2008), NÒVOA (1992), dentre outros. A pesquisa revela o espaço da luta como cenário de permanente formação docente e engajamento identitário, enquanto denuncia estratégias do Estado nas ações de cooptação, desconfiguração e individualização da luta, a fim de enfraquecê-la.