A cultura tradicional pernambucana é, indiscutivelmente, produto das relações afro indígenas presentes em larga escala desde que o estado era capitania. Principalmente no interior - compreendendo aqui da zona da mata ao sertão -, as manifestações artísticas como a dança, a música e a poesia são importantes agentes imateriais de preservação da história e cultura desses povos que, em grande parte da sua trajetória tiveram suas identidades negadas e apagadas uma vez que toda a sua história era somente contada e representada a partir do ponto de vista branco e eurocêntrico. Assim, voltado principalmente ao contexto do ensino médio das escolas públicas no estado de Pernambuco, este trabalho tem como objetivo apresentar propostas de atividades arte-educativas dentro da matéria de sociologia, bem como analisar de maneira prática os currículos escolares que trazem o ritmo do Coco ou Samba de Coco como um recurso didático, conferido a essa manifestação cultural a necessária importância de seu papel enquanto agente de preservação e transposição da história e cultura afro indígena do estado, a fim de contribuir com o ensino dos saberes tradicionais a partir de uma perspectiva decolonial por meio de recursos histórico-culturais, contribuindo deste modo com a aplicabilidade da lei 11.645/2008 - posteriormente incrementada à lei 10.630/2003 - a qual garante a obrigatoriedade não somente do ensino da cultura afro-brasileira mas, também, da cultura indígena na grade curricular das escolas regulares.