Objetivou-se com este trabalho apresentar e analisar uma proposta de alteração de ementas de disciplinas do curso técnico de nível médio integrado em agricultura do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul Campus Naviraí, na tentativa de contribuir para a inclusão racial por meio da formação integrada. A pesquisa, de caráter qualitativo, foi desenvolvida por meio da análise documental, com foco no projeto pedagógico do curso em questão. Inicialmente, foram realizadas leituras de documentos que regem e amparam a curricularização nessa modalidade e nível de ensino, bem como as especificidades das “ementas-alvos” (Culturas Agrícolas I e II), além de questões étnico-raciais passíveis de inclusão nas ementas. Com base nessas leituras, foi sugerida readequação e inclusão de conteúdos nas ementas supracitadas. Assim, as espécies de plantas estudadas foram readequadas de acordo com os locais de origem, passando as disciplinas às nomenclaturas de “Culturas Agrícolas” e “Culturas Afro-brasileiras”, respectivamente. Nesta segunda disciplina, foi proposto a inclusão de uma abordagem etnocultural envolvendo os povos que cultivam essas espécies de plantas, bem como a importância que estas representam na cultura local e a estreita relação com a colonização brasileira. Buscou-se com isso, proporcionar no ambiente escolar, um resgate cultural das origens desses povos, além reconhecer e valorizar a identidade dos estudantes do curso técnico em questão que são representativos da população brasileira, ou seja, predominantemente pretos. Espera-se que tal proposta de alteração de ementas contribua para a promoção de práticas interdisciplinares e interculturais, tornando o ambiente escolar mais adequado a esse público e, portanto, mais inclusivo.